domingo, 6 de janeiro de 2013

QUEM NÃO TIRA FÉRIAS TAMBÉM É FELIZ


Ah o Verão! Adoro o verão! Roupas leves, sol brilhante, sorvete, férias...
Ligar a televisão na sexta-feira à tarde e assistir centenas e milhares de carros seguindo pela Free-way rumo ao litoral é uma sensação adorável para quem não viaja nas férias. É como se a cidade fosse um balão de gás sendo desinflado.

Porto Alegre no verão é uma delícia. Cidade vazia, shopping vazio, cinema sem fila, supermercado tranquilo, banco fazendo eco, academia as moscas... O paraíso é aqui.

Dirigir nessa época do ano é tudo de bom. As avenidas inteirinhas só para mim. Estaciono em duas vagas no estacionamento do shopping e ninguém reclama. Alias nessa época até na rua eu consigo estacionar.

Enquanto isso aquele pessoal que esperou o ano inteiro pelas férias está lá engarrafado na avenida principal de alguma praia. Ou matando mosquito para poder dormir, ou nem dormindo direito por causa do calor. E eu aqui... com o meu inseparável ar condicionado.

Se o calor apertar não tem problema, uma piscina resolve tudo. E sem areia nos pés, sem nordestão soprando, sem vendedor de canga, vendedor de milho, vendedor de lanche, sem corpo salgado como um bacalhau.

Férias na cidade têm o seu lado bom, alias como tudo na vida. Os seus vizinhos são os mesmos de sempre e com sorte eles estarão na praia. A tele entrega chega na hora, as lojas estão em liquidação, nos restaurantes não têm fila e você consegue um garçom só para atender a sua mesa. Ninguém corre, ninguém tem pressa.

Enquanto isso na praia mais próxima tem fila até na barraquinha do crepe. A praia está lotada. Se você não chegar antes das 10 horas não vai ter lugar para colocar o guarda-sol, isso se você conseguiu um lugar para estacionar. O carro fica cheio de areia e a fila no chuveiro depois da praia desanima qualquer um.

Adoro Porto Alegre nas férias. Tem promoção no teatro, o cinema é praticamente uma sessão prive e você pode chegar a qualquer hora em qualquer bar que vai ter uma mesa lhe esperando. É como se fosse uma compensação para os que não puderam ir à praia. Coitadinhos de nós, tão abandonados e satisfeitos dentro da nossa solidão programada.
E se chover? Para mim sem problemas, mas para quem está na praia só resta dormir, jogar um baralhinho ou comer. Em Porto Alegre num dia de chuva tem tanta coisa para fazer que dá até para cansar.

Mas como tudo que é bom dura pouco. O resto da população vai voltar um dia, mais cansada, mais bronzeada, mais salgada, cheia de areia e de historias de veraneio para contar, e muitas malas de roupas para lavar. Sim; por que lavar roupa na praia é a mesma coisa que nada. Tem que lavar tudo de novo quando chega para tirar a areia e o sal.

E eu aqui na minha ilha tranquila  segura e quase deserta, vou estranhar muito quando sair de carro e descobrir que a cidade inteira está de volta. Mas terei paciência para esperar o próximo verão, quando ‘’eles’’ sairão de férias novamente e eu retornarei ao paraíso.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

EU PREFIRO O INVERNO



Ah! O inverno! Que saudade!

Tudo bem que o verão é legal, tem praia, pouca roupa, horário de verão, mas para mim nada melhor que o inverno.

No verão tomamos vários banhos e estamos sempre suando. No inverno um único banho é suficiente pra ficarmos perfumados o dia todo. No verão ninguém se beija e se abraça muito por causa do calor. No inverno a gente não se desgruda. No verão a praia tá lotada. No inverno cabe todo mundo na serra.

No verão a gente usa menos roupa. No inverno a gente anda muito mais bem vestida. No verão a comidinha é leve. No inverno a comida é gostosa. No verão qualquer gordurinha a mais aparece. No inverno tudo fica escondido embaixo do casaco.

Verão é chinelo, cerveja e sorvete. Inverno é vinho, chocolate e beijo na boca.

Tem coisa melhor que curtir uma lareira numa noite fria em boa companhia? Descobrir o sabor de um novo vinho? Tomar chocolate quente em Gramado? Encher a casa de amigo e servir uma lasanha fumegante?

O inverno aproxima as pessoas. Dormir de conchinha no inverno é tudo de bom. No verão é impossível. Fazer sexo no verão é mais fácil, no inverno é mais gostoso. Dá uma preguiça de começar, mas depois que esquenta ninguém quer deixar esfriar.

A única coisa que estraga o inverno é a chuva. Quando chove o dia perde a graça. Fica tudo molhado e parece que nunca mais vai secar. Nunca gostei muito da chuva a não ser para dormir. Chuva é coisa para o verão. Num dia quente nada melhor que uma chuvinha para refrescar. Mas como nada é perfeito, chove muito no inverno gaúcho. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

UM SUSTO ENORME



Na semana passada em um passeio pelo Shopping antes de entrar no supermercado para as compras do mês, me deparei com algo que me fez levar um susto.

Confesso que abri o celular na hora para olhar o calendário e me situar na data. Por instantes achei que tinha atravessado um portal do tempo e me transportado para um futuro distante ou coisa parecida. Minhas pernas travaram, meus olhos arregalaram-se, senti um frio no estomago. Foi um susto, um daqueles que te pegam de surpresa mesmo.

Todos a minha volta pareciam indiferentes aquela cena. Por isso eu tinha mais forte a impressão de que só eu estava vendo aquilo e que poderia ser até uma miragem.

Resolvi me aproximar. E era de verdade!!

Uma Árvore de Natal enorme no meio do Shopping Center em pleno outubro. Veja bem, eu disse Outubro.  Me caíram os butiás dos bolsos! Gente...! Sabe lá o que é isso? É o anuncio de que o ano está no final.

Como assim? E tudo aquilo que eu ainda não fiz?

No começo do ano eu tinha uma listinha de todas as coisas que eu queria para o ano de 2012. E o ano já está indo embora e eu nem estou na metade da lista. Na verdade eu nem sei onde está a minha lista. Ela nem era muito grande, mas ainda faltava coisa... muitas coisas.

Quando éramos pequenos o Natal demorava tanto para chegar. E pior que isso, os brinquedos que ganhávamos duravam até o outro Natal (e ai deles que não durassem). Hoje em dia as crianças esquecem em Fevereiro o que ganharam em Dezembro. É muita informação, muita correria.

A vida passa muito rápido. Corremos demais, olhamos demais para o relógio, fazemos muita coisa ao mesmo tempo, e nem temos tempo de aproveitar o tempo que sobra. Porque sobra tempo sim, mas aí já estamos dormindo de cansados.

Voltando a minha lista, aquela que eu perdi e que deve estar na bagunça do meu armário... Arrumar o armário era um dos itens eu acho. Bom... preciso achar essa lista o mais rápido possível, não posso deixar o ano ir embora sem levar junto minhas pendências.

Faltam 54 dias para o Ano Novo. Será que consigo emagrecer, aprender a nadar, entrar no curso de Frances, me matricular no Tai Chi Chuan, assistir a todos os filmes que não vi esse ano, ler a pilha de livros que sempre acumula na mesinha de cabeceira, sair para tomar um café com a minha mãe, marcar ginecologista, arrumar meu armário...

Ai meu Deus...não vai dar!!!!

Acho melhor esquecer a lista velha e começar uma nova. Afinal de contas é adeus ano velho, feliz ano novo e coisa e tal. Então vou relaxar. Vou fazer como as pessoas do Shopping que passavam pela Árvore de Natal como se não estivessem vendo nada. Acho que às vezes é melhor fazer de conta que não vemos algumas coisas e deixar a vida passar. Lá na frente tudo se ajeita. E se não der tempo, não se preocupe, sempre teremos o amanhã para resolver os problemas de hoje.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

INTIMIDADE LIMITADAMENTE COMPARTILHADA



Gostar de escrever, antes de qualquer coisa, é gostar de escutar. Escutar as pessoas, os amigos, a alma, o coração. Escutar antes de qualquer coisa, é saber ler. Ler nas entrelinhas, nos entredentes, nos recados subentendidos. Primeiro ouvir, depois ler e por fim escrever.

Pois estava eu na fila do supermercado, e duas amigas se reencontraram aparentemente após algum tempo sem se verem. Eram duas senhoras já com os seus “enta” bem adiantados.
Depois de beijinhos e abraços de praxe, venho o assunto:
_E tu? Esta sozinha?
_Não, sozinha não. Estou ficando.
_Eu casei novamente faz dois anos, mas já estou pensando em separar.
_Eu não me caso nunca mais. Agora é cada um na sua casa. Nada de juntar escovas de dente e ter que dividir meu banheiro. O bom é assim: vai lá  “pá pum”... E cada um dorme na sua cama.

Fiquei passada! Pá, Pum!? Como assim? Que modernismo é essa minha senhora?

Mas o fragmento da conversa que mais me impressionou foi o fato dela dizer que não queria mais dividir o seu banheiro com ninguém. Dividir o banheiro com alguém é o momento máximo da intimidade. É um atestado de completo envolvimento.

Então queremos amar, sermos felizes, nos sentirmos completas, mas não queremos dividir o banheiro? E que relação seria essa que se entrega em partes? Divido contigo a conta do jantar, divido contigo a minha cama, mas não divido contigo o meu banheiro.

É no banheiro que nos despimos das mascaras. É no banheiro que choramos escondido. É no banheiro que somos quem somos, é lá que tiramos a maquiagem, desfazemos o penteado. Só nos conhece bem aquele que já compartilhou de toda a nossa intimidade. E essa ideia de compartilhar nossa intimidade anda assustando e muito as relações  sentimentais atualmente.

Saí do supermercado pensando se necessariamente ao me envolver com alguém eu precisaria dividir meu banheiro com essa pessoa. Conclui que não.

Os homens no geral tem uma tendência a bagunçar o banheiro da gente. Deixam tudo fora do lugar, alagam o chão, emporcalham a pia, demarcam território, invadem o espaço literalmente.

Enfim por mais estranho que pareça eu quero dividir a minha vida sim com alguém, mas, por favor, não entre no meu banheiro. Porque é preciso em alguns momentos ter um lugar só seu, onde se possa ler o jornal, borrar a maquiagem, chorar sem ser incomodada. Não há nada pior do que ser surpreendida por alguém entrando porta adentro no seu banheiro sem pedir licença, e realmente isso eu não quero mais.

A senhora moderna da fila do supermercado com sua idade já bem avançada acabou me ensinando algo que a vida já vinha me mostrando há muito tempo e o meu romantismo não me deixava entender.

Liberdade não tem preço. Privacidade numa relação também pode e deve existir.  E só amor não basta. É preciso muito mais do que amor para querer dividir um banheiro!!!! 

domingo, 21 de outubro de 2012

O PRIMEIRO ANO DO RESTO DA MINHA VIDA



Há exatamente um ano atrás eu tive a oportunidade de quase morrer.
Digo oportunidade porque a morte está de certa forma muito fora das nossas preocupações diárias e quando de repente ela se apresenta assim tão próxima, é realmente um momento especial.

Então depois do susto e depois de três dias de UTI, eu não morri.

E eu me perguntei por um longo tempo: Porque não morri?

Porque não era a minha hora? OK, aceito essa resposta. Mas se não era a minha hora precisava todo esse escarcéu? Não podia só pegar uma gripe forte? Tinha que ser um evento com direito a passear de ambulância pela cidade, centro cirúrgico, transfusão e recuperação dolorida?

Tinha sim. Tinha que acordar meu instinto de sobrevivência. Como quem aprende a nadar caindo na água  Eu tinha que lutar e querer continuar viva, para ouvir minha voz da consciência me perguntar:

__Quer continuar viva? Então não reclama mais da vida que tu tens. E se não estiveres satisfeita muda tudo pelas tuas próprias mãos ou pede para sair.

A vida me deu uma rasteira, mas me estendeu a mão.

Nesse ano que passou muitas coisas mudaram.  Mudanças sutis, imperceptíveis até e mudanças radicais. Algumas postas em práticas outras em stand by ainda. Posso dizer que foi um ano sabático, de muito autoconhecimento, análise, entendimento, desprendimento e decisões.

Quem me conhece sabe o quando eu gosto da vida. Acordo cantando e durmo sorrindo, mas isso não é o suficiente para garantir um lugar marcado. Não basta querer viver, gostar de viver, tem que merecer a vida. A vida é algo mágico de difícil descrição. Mas apaga-se facilmente como uma vela, antes mesmo de queimar até o final.

E eu cheguei à conclusão que a vida me deu tantas coisas lindas dignas de agradecimentos diários, mas que eu também desperdicei muita vida... Joguei fora muito tempo, desisti de muitas coisas, não aproveitei muitas oportunidades. Permiti que outras pessoas vivessem minha vida por mim.  Sinto como se eu tivesse ganhado uma mala cheia de dinheiro, dinheiro que no meu entendimento não acabaria nunca mais. Então passei a vida toda jogando ele fora, gastando, emprestando, desperdiçando. E enfim um dia ele acabou e eu não tinha mais nada e também não tinha construído quase nada e o pouco que construí não me trazia contentamento. Alguém lá em cima resolveu me dar um puxão de orelha.

No dia do incidente lembro bem do socorrista da SAMU falando para seus colegas:

__Vamos transferi-la se não ela vai entrar em óbito.
E eu pensava. Como assim entrar em óbito? Eu tenho roupa na maquina, não posso entrar em óbito.

Pois é, tenho muita coisa para fazer, muitos sonhos para realizar, muita felicidade para viver, muita gente para amar. Definitivamente não posso “entrar em óbito”. E se isso não aconteceu é a hora de colocar em pratica tudo o que gostaria de fazer se estivesse viva.

Ops! Eu estou viva. Então não tenho mais desculpas para não ser feliz. Nem eu nem você.
Não espere os 45 do segundo tempo para fazer o gol do titulo, você pode acabar sendo surpreendido por um relógio desregulado que vai apitar antes do final da partida. E aí, não tem mais volta.

A vida é uma viagem fantástica. A morte é um desvio sem volta, um atalho fora do roteiro, um adendo acrescentado ao contrato original sem direito a recurso.

E eu que vivia presa numa gaiola dourada agora tenho asas. E sempre tive só não sabia usar. Assas de liberdade que não me levarão para o céu, mas me levarão para a vida. A vida que me espera lá fora. Alias a minha próxima tatuagem tem esse tema. Asas de liberdade. Já está escolhido o desenho e o local, em breve mostrarei para vocês. 
Tenho duas tatuagens que foram feitas em momentos muito expressivos da minha vida. Agora tenho também uma cicatriz que não vai me deixar esquecer do dia que quase morri. E em breve mais uma tatuagem que vai marcar um momento de libertação.

Me liberto da vida que vivia antes. Agradeço pela vida que ainda tenho. E me alegro com o fato de estar viva.

Não espere até a morte bater na sua porta para gritar pela vida. 
Seja feliz agora. Hoje. E amanhã também!
E ame, ame muito, ame a todos e principalmente a você mesmo!


* Aos meu filhos. Por me fazerem ter medo de morrer antes de vê-los crescer.

domingo, 14 de outubro de 2012

SAUDADES DO MAR



Tenho com o Mar uma relação de amor e respeito. Nunca quis aprender a nadar e sempre tive muito medo do Mar. Mesmo assim ele me desperta um sentimento de encantamento muito forte. Adoro olhar o Mar! Sentir seu cheiro, o gosto salgado, sentir o vento que me desarruma o cabelo como um carinho suave.

Em alguns momentos sinto uma imensa necessidade de ver o Mar. Ele sem duvida me acalma e me abastece de energia. É como se as ondas que vão e vêem tivessem o poder de levar os problemas para bem longe e trazer de volta mais forças para recomeçar.

A correria do dia-a-dia acaba sugando a nossa energia. Algumas pessoas se reabastecem com uma noite de sono, um banho de banheira ou simplesmente repensando a vida. Para mim nada disso funciona cem por cento. A única coisa que me reabastece é o Mar. É uma pena que ele fique tão longe...

Já pensei muito na vida na beira da praia. Já chorei muito lá também. Já vi o sol nascer. Já vi a lua cheia iluminando as águas. Já escrevi  meu nome na areia e vi as ondas apagarem. Já joguei flores no Mar. Já pulei sete ondas.  Fiz meus pedidos para Iemanjá. E voltei lá muitas vezes para agradecer.

Mas toda a vez que sinto o gosto salgado de uma lágrima, que rola aparentemente sem motivo, percebo que está na hora de pegar a estrada e lavar a alma.

Nossas vidas são cheias de coisas boas e outras nem tanto. Alegrias e tristezas, altos e baixos, tormentas e calmarias. E nessa montanha russa de emoções, procuro me manter ao nível do Mar, assim qualquer coisa que aconteça é só correr para a praia... Para chorar, agradecer ou simplesmente respirar e sentir o carinho do vento me despentear.

Quando digo que estou sentindo saudades do mar, não quer dizer que eu esteja triste. Quer dizer que estou precisando de um pouco de Paz, um pouco de Tempo, um pouco de Calma, um pouco de Ar, um pouco de Espaço, um pouco de Mim mesma. Quer dizer que preciso juntar e colar os pedacinhos que foram se perdendo pelo caminho desde a última vez que fui ver o Mar.

domingo, 7 de outubro de 2012

ESPERANÇA E ALEGRIA



Nesse sábado fui acordada por um barulho que vinha da rua. Muitos sorrisos e gargalhadas. Uma coisa bem gostosa de ouvir. Eram crianças sorrindo.

Levantei preparei uma xícara de café e fui levada até a janela pelo insistente riso que vinha da rua e preenchia a casa toda. Peguei a câmera, que por força do habito está sempre à mão, e fotografei a cena.

A foto acima ilustra bem o que eu vi. Duas meninas que brincavam alegremente em meio as arvores num agradável sol matinal que iluminava docemente as folhas das arvores, revelando varias nuances de verde. Elas tinham um riso solto e uma energia invejável. Uma cena bucólica e ao mesmo tempo saudosista.

Vamos chamar essas duas fadinhas de Esperança e Alegria.

Esperança e Alegria, dois sentimentos que nascem conosco e nos acompanham pela vida toda. Às vezes em proporções diminutas em relação a outros sentimentos mais pesados e desnecessários a nossa e existência.

Quando, e em que momento essas fadinhas deixam de fazer parte de nossas vidas? Quando permitimos que se escasseiem os risos soltos e os olhinhos brilhantes.

Se realmente a alma não envelhece, temos que concordar que nossa alma é uma dessas meninas ativas, arteiras, barulhentas e felizes que vemos aqui e ali. Em que momento da vida então elas tornam-se invisíveis aos nossos olhos. Sim, porque eu vejo muita gente com alma pesada, velha, dura e rabugenta. Daqueles que reclama de tudo, acredita em quase nada e se diverte muito pouco.

Preocupamo-nos tanto com a vida dos outros, os problemas dos outros ou ainda pior, nos preocupamos tanto com nosso corpo físico. Aparência, beleza, dieta, cabelo, unhas. E lá dentro? Quem cuida lá de dentro? Quem enfeita e dá lustro a alma? Quem  lava, passa e perfuma a alma empoeirada, enxovalhada e esquecida pendurada no cabide?

Esperança e Alegria não deviam deixar de sorrir nunca em nossas vidas e devíamos escutar mais vezes esse riso solto que vem de dentro. Sorrir por fora é fácil e todos nós fazemos isso involuntariamente até. Mas sorrir por dentro? Falta isso às vezes. E pasmem: depende de nós fazermos esse agrado à alma e vermos Esperança e Alegria sorrindo e brincando dentro de nós.

Aí gente, parece conversa de louco, mas alguns de vocês devem estar me entendendo e concordando que a vida é curta e que as coisas realmente importantes não é o dinheiro que compra e que deveríamos cuidar do nosso corpo de dentro para fora.

Um dia eu, você, todo mundo foi como essas duas aí da foto. E tenho certeza que essa magia ainda está dentro de nós, mas precisamos acreditar e faze-la acontecer.

Queria dar um tom mais serio e resoluto a este texto, mas o eufemismo sempre foi uma das minhas características, tanto na literatura quanto na minha personalidade exageradamente otimista e fantasiosa a ponto de repetir mil vezes,

Eu acredito em Fadas! Acredito, acredito, acredito...

domingo, 30 de setembro de 2012

O QUE QUEREM AS MULHERES?



Essa é a pergunta que não quer calar. Durante anos e anos os homens tentam desvendar esse mistério. A rede Globo até lançou um seriado com esse titulo que foi estrelado pelo Rodrigo Santoro, que a propósito é o sonho de consumo de muita mulher...

Mas, voltando à realidade: O que querem as mulheres?

Casar? Ter filhos? Uma família? Um bom marido? Viajar? Fazer uma Pós-Graduação? Ficar trancada no elevador com o Paulo Zulu? Comprar um shopping inteiro? Em anel de diamantes?

No livro “Porque os Homens fazem sexo e as Mulheres fazem amor” descobrimos de uma maneira divertida porque queremos tantas coisas e eles querem apenas uma. E porque para eles é tão difícil entender como podemos querer tantas coisas ao mesmo tempo sem precisar da maioria delas.

Na época das cavernas o homem saia para caçar e a mulher ficava em casa cuidando dos filhos. Isso desenvolveu em nós uma visão periférica. Temos o poder de analisar tudo em volta e pensar em varias coisas ao mesmo tempo. Enquanto que o homem tem uma visão mais focada e resolve um problema de cada vez.

Essa herança ancestral explica porque nós conseguimos pensar no que vamos fazer amanhã, no que deixamos de fazer ontem, enquanto estamos fazendo algo hoje. Já os homens precisam desligar a televisão para falar ao telefone, ou ainda, primeiro entram no chuveiro depois se preocupam em saber onde está a toalha.

Levando tudo isso em consideração fica difícil para eles (coitadinhos) tentar descobrir o que nos queremos diante de tanta atividade cerebral diversificada. O nosso raciocínio é altamente complexo e intrigante para alguém que não consegue distinguir para que serve um absorvente com abas e outro sem abas.

Brincadeiras a parte, eu realmente tenho pena dos que tentam nos desvendar.
O que dizer para uma mulher quando ela pergunta:
-Você acha que eu engordei?

Se eles dizem que não, ela os acusa de falsos. Se eles dizem que sim, estão sendo grosseiros.

Responder a uma mulher é sempre um exercício de equilibrismo. Sua resposta pode ser interpretada de varias formas, o que vai gerar uma análise profunda do teu caráter e conseqüentemente uma avaliação técnica se você é ou não o homem ideal.

Para completar agora existe o agravante da TPM (Totalmente Pirada e Maluca) ou (Tenho Permissão para Matar).  Fica cada vez mais difícil desvendar o segredo da convivência pacífica.

Devia existir um Kit de Emergência para salvar os relacionamentos. Uma caixinha onde os homens encontrariam dentre outras coisas, uma barra de chocolate para os dias de TPM. Um calendário para identificar quais são esses dias. Um tapa ouvidos a prova de água  sim, porque eu já discuti a relação enquanto meu adversário tomava banho.

Uma corda que poderá servir para amarra sua mulher ou para você se suicidar. Um comprimido para dor de cabeça, que pode ser usado pelos dois. Uma caixa de remédio para dormir, que nesse caso eu aconselho que vocês, homens, não tomarem. Vocês não tem noção o quão perigoso é dormir ao lado de uma mulher mal compreendida.

Desde que o mundo é mundo e desde que Adão comeu a maçã os homens tentam entender os mistérios do universo feminino. Um segredo que posso contar a vocês é que na maioria das vezes, nem nós mesmas sabemos o que queremos, mas mesmo assim esperamos que vocês adivinhem.

Diante disso aconselho-os a não tentar decifrar, nem traduzir, o que ainda não foi descoberto. Sejam práticos e levem a sério um velho clichê: Mulheres são feitas para serem amadas e não entendidas.

domingo, 23 de setembro de 2012

CONJUGANDO VERBOS



Todos nós temos um verbo para definir nossa maneira de agir durante algum momento da vida ou durante a vida toda. Algumas pessoas mudam de verbo como quem muda de roupa. Outras passam a vida inteira conjugando o mesmo verbo exaustivamente. Quem viu o filme comer, rezar, amar sabe do que estou falando.

Conhecer alguém é um exercício de conjugação. Primeiro descobrir, depois gostar, em seguida apaixonar, e talvez quem sabe amar ou fugir. Depende da disponibilidade do sujeito em se deixar ENVOLVER.

Há os que usam o fugir como desculpa para não conjugar o sofrer. Como se isso fosse possível. O verbo sofrer impõe-se a nossa vontade, ele depende das nossas escolhas ou da falta delas.

Entre duas pessoas é preciso que haja uma sincronia verbal. Quando cada um conjuga um verbo diferente gera um problema de concordância e fica difícil FLUIR. 

Conheci uma pessoa muito especial que trazia consigo muitos verbos, todos guardados dentro de uma caixinha fechada a sete chaves, impossível de ENTRAR. Ele podia escolher entre o DIVIDIR, SOMAR, ENSINAR, APRENDER, mas tinha uma predileção pelo verbo esperar. Tudo precisava de espera, cautela, cuidado. Pessoas assim conjugaram muitos verbos ao longo da vida principalmente o amar. Ressabiados, pisam com muito cuidado em todo terreno desconhecido. O verbo amar quando mal conjugado no passado gera medo do futuro.

A maioria das pessoas quer distância do sofrer, já outras fazem questão de mantê-lo sempre por perto. Saudade não é verbo, mas é preciso SENTIR. CHORAR é um verbo já bem gasto.

ACERTAR, só depois de muito ERRAR. MUDAR é consequência do APRENDER.

O esquecer é um verbo difícil de conjugar assim como o perdoar. Quase ninguém consegue.

De uns anos para cá meu verbo preferido é o simplificar. Também muito difícil de conjugar principalmente no plural.

Sorrir é um verbo que aprendemos quando criança, carregamos conosco, mas esquecemos a sua importância e a sua necessidade ao longo da vida.

Conheço quem conjugue o trabalhar com uma voracidade incontrolável. Alguns se esquecem de crescer e conjugam o brincar pela vida toda.

Afastar é um verbo estranho. Sem nem perceber às vezes acabamos conjugando esse verbo.

Sonhar é um verbo bom. viver melhor ainda. rezar é necessário às vezes. Acreditar é fundamental. Ser é e sempre foi melhor do que estar. QUERER nem sempre é garantia de TER.

Vivemos em busca de substantivos como felicidade, amor e paz. Mas nos esquecemos de que quem leva o sujeito até o substantivo é o verbo. É preciso se ENTREGAR.

Se eu tivesse que escolher um verbo para dar de presente a alguém seria o permitir. Propositalmente um verbo de ligação. Quem permite, permite algo a alguém ou a si mesmo.

Permita-se, arrisque-se, envolva-se... Conjugue seus verbos. Distribua-os aos interessados.  Aprenda com eles. Reescreva sua historia mil vezes se for preciso. E seja feliz sempre que possível. PROMETA para si mesmo APROVEITAR cada possibilidade que a vida lhe OFERECER

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PERDENDO A CABEÇA



São poucas as coisas que me fazem perder a cabeça. Até porque eu preciso muito dela e não posso me dar ao luxo de perdê-la por aí em qualquer lugar, por qualquer bobagem.

O transito às vezes me irrita, supermercado lotado, fila de banco, sapato apertado, conversa de gente chata. Tudo isso me tira do sério, mas sem perder a cabeça.

Às vezes é preciso perder a cabeça, e isso pode ser delicioso... Pode durar um segundo, uma música, uma dança, uma noite inteira e ficar para sempre na lembrança. Quando se perde a cabeça quem assume o controle é o coração.

Perder a cabeça é algo que você faz depois de pensar muito. Essa historia de: Perdi a cabeça sem querer! Isso é a maior besteira. Quem perde a cabeça, perde porque quer, e quer muito. Escolhe o motivo a dedo e escolhe muito bem para dificilmente se arrepender.

No transito, no supermercado lotado, na fila do banco não perdemos a cabeça. Perdemos a paciência, nos irritamos, nos estressamos, saímos do sério. Podemos perder até a classe, mas nunca a cabeça.

A cabeça, nós perdemos em outros lugares. Um olhar, um toque, um sorriso, uma possibilidade... Essas coisas que te dão um frio na espinha, arrepiam a pele e te colocam borboletas no estomago. Isso sim é de perder a cabeça.

Eu já perdi a cabeça muitas vezes, e todas elas foram milimetricamente planejadas. Perco a cabeça toda vez que me apaixono. Toda vez que faço alguma coisa que no primeiro impulso talvez não fizesse. Perco a cabeça quando me deixo levar pela vida ao sabor do vento. Quando deixo de ouvir a voz da razão. Quando paro de me preocupar se isso ou aquilo vai dar certo.

Já li uma frase que dizia que “uma vez por ano é lícito perder a cabeça”. Exagerada como sou, perco varias vezes, em todas as oportunidades possíveis e normalmente pelos mesmos motivos.

Respire fundo você também, permita-se, divirta-se e depois me conta se não vale à pena perder a cabeça de vez em quando.